Nunca ouvira falar de Berthe Weill (1865-1951), talvez por ser mulher. Sabia quem eram Ambroise Vollard e Daniel-Henry Kahnweiler, importantes galeristas parisienses nos primórdios do século XX. Também me lembrava de ter lido que a primeira e única exposição individual (1917) na curta vida de Amedeo Modigliani (1884-1920) causara escândalo com os nus (pornográficos?) e fora censurada pela polícia no dia da abertura. Só não sabia que o arrojo de o expor coubera à galerista Berthe Weill e que esta fora também a primeira a comprar e a apresentar obras de Pablo Picasso (1902), Henri Matisse (1902), Fernand Léger (1913), Diego Rivera (1914), etc., e a promover o trabalho de pintoras como Suzanne Valadon (que mostrou em mais de 30 exposições, incluindo três individuais). Uma surpreendente exposição no Grey Art Museum, da Universidade de Nova Iorque, “Make Way for Berthe Weill — Art Dealer of the Parisian Avant-Garde” (“Abram Caminho a Berthe Weill — Galerista da Avant-Garde Parisiense”, até 1 de março de 2025), resgata-a do olvido. A mostra seguirá em maio para o Museum of Fine Arts, em Montreal, no Canadá, e finalmente para o Musée de l’Orangerie, de Paris, em França, em outubro de 2025. Vaut le voyage!
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A maravilhosa Berthe Weill, a galerista que descobriu Picasso e Matisse
Picasso tinha 19 anos quando Berthe Weill (1865-1951) lhe comprou três pinturas de touradas por 100 francos. Uma exposição em Nova Iorque desvenda a importância da galerista parisiense pioneira na exibição da obra do artista espanhol, mas também de Matisse ou Diego Rivera