Exclusivo

Culturas

Do pernil aos sapatinhos de verniz: o que leu Diogo Ramada Curto no último livro de Mário Varga Llosa

Em “Dedico-lhe o Meu Silêncio”, Mario Vargas Llosa não se fica pela mera afirmação dos símbolos nacionais que tudo unem. Ele analisa a “huachafería”, vulgo foleirada, implicada nestes discursos

Marcos Borga

Margarida, amiga de uma amiga, técnica superior de um organismo público, educou sozinha três filhos. Certo dia, foi convidada para jantar por um chefe de vendas de uma empresa subsidiária de uma multinacional. Há muito que não saía e ficou entusiasmada. Foi ao cabeleireiro, vestiu a sua melhor roupa e sentiu na pele a onda romântica que pairava à sua volta. O novo amigo fizera questão em vir buscá-la a casa. Um gesto que apreciou, por revelar um cavalheirismo à moda antiga. Contudo, este, mal lhe abriu a porta do carro, sugeriu: