“Estar grato por ter um país assemelha-se a estar grato por ter um braço. Como escreveria se perdesse o braço?”, lê-se em “Esse Cabelo”, de Djaimilia Pereira de Almeida. No dicionário, a definição simplista de diáspora remete para a “dispersão de um povo ou de uma comunidade”. Fora dos livros, diáspora apela a ausências, memória, pertença. É neste terreno volátil que se constrói a exposição “Álbuns de Família — Fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa”, patente até 30 de novembro no Padrão dos Descobrimentos. Mais do que uma mostra de fotografias, é uma exposição múltipla nas várias manifestações das imagens e convida o visitante a entrar nas casas, a abrir as gavetas, evidenciando um passado que se faz presente, mas que nem sempre tem a correspondente visibilidade.
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No Padrão dos Descobrimentos, as fotografias que estavam nas gavetas lá de casa contam histórias da diáspora africana
África, uma feliz memória. Recordações do que ficou para trás e até do que nunca se viu, mas do que ajudou a definir pertenças. A exposição “Álbuns de Família” mostra uma África ‘caseira’, íntima e inclusiva, que a todos convida, mesmo quem não se sente livre no Padrão dos Descobrimentos