Não é nada que não se tenha já escrito, não é nada que seja de mais repetir: alguns dos melhores realizadores portugueses vêm do cinema de animação, uma ‘família’ unida, destemida e entusiasmada, embora não tenha o apoio e a visibilidade que merece. Na última edição do Festival de Annecy, que terminou no passado fim de semana e foi de antologia, escreveu-se um novo capítulo desta história. Havia cravos por todo o lado na homenagem ao cinema de animação luso, em ano coincidente com o cinquentenário do 25 de Abril. Estavam no cartaz, belo e sibilino, que Regina Pessoa desenhou de propósito para esta edição amadrinhada pela artista. A autora de “História Trágica com Final Feliz” (2005) e “Kali, O Pequeno Vampiro” (2012), multipremiada na capital da Alta Saboia, foi escolha natural para liderar a forte comitiva, na companhia do seu produtor e companheiro na vida, Abi Feijó, figura tutelar da animação portuguesa de autor.
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O cinema de animação português “está em estado de graça”: viu-se no Festival de Annecy
Homenageada na edição de 2024 do influente festival francês de Annecy, a animação portuguesa viu-se ainda premiada pela curta “Percebes”. Marcel Jean, o diretor artístico de Annecy, fala em “estado de graça” e considera que a animação nacional “entrou no seu estado de maturidade”