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Música: o renascer da “Trilogia das Barcas”, uma ópera genial de Joly Braga Santos

A “Trilogia das Barcas”, de Joly Braga Santos, a partir de Gil Vicente, volta ao palco do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, 36 anos depois da última apresentação e no ano do centenário do seu nascimento

Joly Braga Santos nasceu em 1924 e morreu em 1988. Nesta imagem, em 1978, a dirigir no São Carlos um ensaio da sua “4ª Sinfonia”
D.R.

Corre a voz que José Manuel Joly Braga Santos não vivia nesta terra. Vivia na sua música, num casulo sonoro que o levava, no elétrico, a encostar um pedaço de folha às costas do passageiro da frente para ‘aquele’ compasso não lhe fugir. O que noutros seria distração, nele era a abstração de um ímpeto criativo que podia aparecer-lhe a qualquer instante, logo a ele, que detestava a palavra ‘inspiração’ porque ser compositor era, afinal, um trabalho como outro qualquer.