Quatro anos depois de “Pinóquio”, o realizador italiano Matteo Garrone está de volta, outra vez com a história de alguém que não ouve os conselhos de quem lhe quer bem e embarca numa jornada que tem tudo para acabar definitivamente mal. Mas, agora, não é um boneco que quer ser um menino de verdade, encadeado pelas promessas de um gato e de uma raposa sinistros — são dois jovens senegaleses com a miragem da Europa e da fama que por lá talvez possam conseguir e que se metem a caminho, numa viagem africana que começa como uma brincadeira de adolescentes, dura uma travessia do Inferno e acaba como uma saga fora de limites: um miúdo de 16 anos constrangido ao comando de um barco que não sabe tripular, Mediterrâneo fora, carregado de migrantes, rumo a Itália.
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Entrevista a Matteo Garrone, realizador de “Eu Capitão”: “Quisemos tornar os migrantes pessoas”
Do Senegal à costa italiana, uma travessia pelo Inferno, uma história de migrantes que corre para o Óscar de Melhor Filme Internacional. “Sinto a responsabilidade de ser fiel aos sobreviventes e aos 25 mil que morreram no caminho. Fiel aos que hoje, neste preciso momento em que falamos, estão a fazer a travessia”, diz ao Expresso o realizador Matteo Garrone, que se notabilizou em 2008 com “Gomorra”