“Esta é uma história sobre tu e eu”, diz Ligia Lewis no início do espetáculo “A Plot/A Scandal”, quebrando a fronteira entre o público e a artista. Esta é uma dimensão da criação de Lewis há muito presente no seu trabalho: a consciência de que o lugar do teatro, onde o espetáculo acontece, é um campo de ressonância e amplificador do exercício de poder executado pelo olhar. Por isso, há muito que as suas peças trabalham, e ativam, códigos de violência, opressão, objetificação, erotização, e que podem replicar uma certa narrativa histórica, em que algumas identidades ou corpos, como o seu corpo negro, foram (ou são ainda) vistos como menos que humanos.
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Da terra e dos corpos: a provocação de Ligia Lewis
As peças de Ligia Lewis, nascida na República Dominicana e radicada em Berlim, trabalham com códigos de violência, opressão e erotização