A revista “Contemporanea” contou com nove números, saídos entre 1922 e 1923. Em 1924 saiu o nº 10 e em 1926 mais três. Organizado pelo arquiteto José Pacheco, o centenário da sua publicação celebra-se este ano. Na “Contemporanea” era evidente a existência de uma aliança entre o integralismo de António Sardinha e o modernismo de Fernando Pessoa e Almada Negreiros. Uma aliança feita em nome de um nacionalismo de que o Estado Novo se iria aproveitar.
Na matriz folclórica, etnográfica e das artes populares, partilhada por Veiga Simões e Vergílio Correia, dois outros colaboradores da revista, a força de um povo orientado por um escol contrapunha-se quer às lutas políticas consideradas estéreis quer aos projetos estéticos situados em “torres de péssima porcelana” (os visados seriam o simbolismo de Eugénio de Castro e o saudosismo de Teixeira de Pascoaes).