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A Revista do Expresso

Grande entrevista a Björk: “Se fizesse o que a Islândia queria de mim, teria passado os anos 80 a vender peixe”

É, há 30 anos, a voz e a cara da Islândia, juntando o poder da sua música a um ativismo que lhe corre no sangue. Björk regressa a Portugal em setembro com o espetáculo “Cornucopia” e falou em exclusivo ao Expresso, a partir de Reiquiavique, sobre o seu fascínio por Amália Rodrigues, a aversão que tem à política partidária e a forma como viveu o luto pela mãe

Björk
Vidar Logi

Quando, em 1993, Björk resolveu fazer tábula rasa do seu percurso em bandas pós-punk e reapresentar-se com o álbum “Debut”, a Islândia era um território bem mais enigmático do que é hoje. Ao longo das últimas três décadas, a artista não só se tornou a sua voz mais reconhecida no mundo como ajudou a colocar no mapa a ilha onde nasceu e cresceu. Fê-lo, claro, através da sua reconhecida criatividade musical e artística, mas também pela forma aguerrida como sempre chamou à atenção para problemas ambientais, uma herança que recebeu da mãe, a ativista pelo clima Hildur Rúna Hauksdóttir. A partir da sua casa, em Reiquiavique, Björk falou em exclusivo ao Expresso no momento em que se prepara para regressar a Portugal, depois de um longo interregno de 15 anos, para um concerto na Altice Arena, em Lisboa, a 1 de setembro, integrado na digressão “Cornucopia”, assumidamente a mais ambiciosa da sua carreira. Assente nos dois álbuns mais recentes, “Utopia”, de 2017, e “Fossora”, editado no ano passado, mas sem deixar de parte ocasionais viagens a um passado que a transformou numa das vozes mais influentes e vanguardistas da pop eletrónica, o espetáculo é descrito como uma experiência imersiva, na qual o meticuloso trabalho visual e “som panorâmico” ajudam a puxar o público para dentro das canções. “Cornucopia” foi, evidentemente, o rastilho da conversa, mas a artista islandesa não se escusou a falar sobre a sua ligação à política, a complicada relação da natureza com a tecnologia, a forma como viveu o luto pela mãe ou o fascínio que sente por Amália Rodrigues.

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