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A Revista do Expresso

Combate à obesidade: médicos pedem injeção para emagrecer ao SNS

A Agência Europeia de Medicamentos tem aprovado os semaglutidos que a indústria vai produzindo, mas em Portugal ainda não estão disponíveis. Em muitos países europeus já se comercializa uma versão mais robusta, direcionada para a obesidade, e a Dinamarca até já a comparticipa. Uma nova molécula estará no mercado até ao final do ano e promete destronar todas as antecessoras

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A popularidade do semaglutido é global e Portugal não destoa, mesmo ainda só existindo no mercado nacional uma versão menos eficaz a travar o aumento do peso. A diferença no medicamento, talvez desconhecida para a maioria dos utilizadores, não demoveu a procura e o fármaco falta a quem dele mais precisa, os doentes diabéticos. O regulador Infarmed pede rigor na prescrição, para manter-se exclusiva à diabetes tipo 2, mas os médicos dizem que é preciso fazer precisamente o contrário.

No início da semana, por ocasião do Dia Mundial da Obesidade, as sociedades científicas para o Estudo da Obesidade e de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo endereçaram um apelo ao Governo para que apoie, comparticipando, a toma do semaglutido, e outras moléculas no mesmo grupo terapêutico, também para o excesso de peso. “As duas sociedades científicas reivindicam a urgência de se reduzir a iniquidade social que existe no acesso a tratamentos eficazes para a obesidade e que impacta negativamente classes socioeconómicas mais desfavorecidas.” A dificuldade está no preço a pagar, pelos utentes e pelo Estado.