O celebrado chefe peruano Virgilio Martínez lidera com a mulher Pía León o Central, aquele que é considerado o melhor restaurante da América Latina — e que se tornou uma referência há mais de 15 anos, quando foi inaugurado em Lima, um efervescente destino para aqueles que querem comer bem. Martínez teve, aliás, uma significativa participação na ascensão do Peru enquanto potência na gastronomia mundial. De um momento para o outro, o país ficou tão reconhecido pelos seus restaurantes e pela sua cultura culinária como outras nações com maior tradição à mesa, como Espanha ou Itália. Hoje, qualquer país adorava ser o novo Peru — inclusive Portugal.
Na última edição dos 50 Best (atualmente o prémio mais importante da gastronomia) no continente latino-americano, o Central, que fica no charmoso bairro de Barranco, na capital peruana, foi reconhecido como o mais influente da última década, aquele que mais vezes esteve no topo da lista e que ajudou o mundo a perceber que existe vida para lá das cozinhas europeias. O Central foi um desses restaurantes que descentralizou o eixo do mundo da alta-cozinha, tão eurocêntrico. “A América Latina é a maior despensa do mundo”, diz ele, sobre produtos como tomates, batatas e café que se tornaram tão consumidos globalmente. O nome de Martínez até pode não ser o mais badalado, mas o trabalho que desenvolve influencia (direta ou indiretamente) muito do que hoje se faz em restaurantes de todo o mundo.