Presidenciais 2026

Marques Mendes diz que Estado não deve reagir formalmente ao ataque a barco com bandeira portuguesa

O candidato presidencial Luís Marques Mendes considerou hoje que a reação ao ataque ao barco que integra a flotilha humanitária rumo a Gaza é da responsabilidade dos promotores da iniciativa, sublinhando que se trata de uma ação privada, sem cobertura diplomática do Estado português.

JOSÉ COELHO
O candidato presidencial Luís Marques Mendes considerou hoje que a reação ao ataque ao barco que integra a flotilha humanitária rumo a Gaza é da responsabilidade dos promotores da iniciativa, sublinhando que se trata de uma ação privada, sem cobertura diplomática do Estado português.

"Esta iniciativa é uma iniciativa particular. Não é uma iniciativa do Estado português. Não tem cobertura diplomática do Estado português. E, portanto, quem desencadeou esta iniciativa sabe que corria estes riscos", declarou Luís Marques Mendes, durante uma visita à Agroglobal, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.

O antigo líder do PSD lamentou o ataque, mas considerou que não há lugar a uma reação formal por parte do Estado português.

"Obviamente, se foi atacado, eu lamento. Espero que possam continuar o seu objetivo. Ponto final de parágrafo", salientou.

Questionado sobre se Portugal deveria pedir explicações formais sobre o ataque, Marques Mendes lembrou que a diplomacia portuguesa "já tinha dito que é uma iniciativa privada", sublinhando ainda que as pessoas que organizaram esta viagem o faziam "por sua conta e risco".

O ataque ocorreu durante a noite, quando um drone lançou um dispositivo incendiário sobre o 'Family Boat', embarcação com bandeira portuguesa que integra a Flotilha Global Sumud, causando um incêndio que foi controlado pelos tripulantes e passageiros a bordo, entre os quais o ativista Miguel Duarte.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que também participa na missão, apelou a uma reação da comunidade internacional, sublinhando que "nenhuma tentativa de intimidação será bem sucedida".

Ainda durante a visita à Feira Agroglobal, Marques Mendes foi questionado sobre o acidente no Elevador da Glória, mas escusou-se a fazer mais declarações sobre o tema, apelando à contenção.

"Eu não vou falar mais sobre esse assunto, porque já falei ontem e anteontem. Acho que um candidato a Presidente da República e um Presidente da República não devem falar mais. Devem ser contidos", afirmou.

Marques Mendes disse esperar que "tudo se esclareça" e que haja "alguma serenidade", sublinhando que ainda não se conhecem as causas do acidente. "Há uma parte que tem a ver com campanha eleitoral autárquica. Nessa questão partidária eu não me meto", concluiu.