Política

Elevador da Glória: Seguro exige respostas imediatas, Marques Mendes pede cautela na atribuição de responsabilidades

António José Seguro pediu este domingo um “apuramento rigoroso” de todas as responsabilidades pelo acidente do elevador da Glória, defendendo respostas rápidas e transparência para os portugueses. Já Luís Marques Mendes apelou à cautela, sublinhando que é preciso esperar pelo inquérito antes de falar em demissões

António José Seguro, na apresentação da sua candidatura às Presidenciais de 2025
CARLOS BARROSO/LUSA

O candidato presidencial António José Seguro defendeu este domingo que seja célere o “apuramento rigoroso” de todas as responsabilidades na sequência do acidente com o elevador da Glória. Já Marques Mendes, também na corrida a Belém, afirma que devem ser apuradas todas as responsabilidades do acidente, mas considerou precipitado falar em demissões.

Para António José Seguro, “tem de haver um apuramento rigoroso das responsabilidades técnicas, de gestão, políticas, as que houver”. “Tem de haver a garantia de que não se volta a esta situação, mas tem de haver respostas a estas perguntas. Os portugueses, os lisboetas, merecem a resposta cabal às perguntas que acabei de fazer e outras que, naturalmente, estão a ser feitas”, afirmou o antigo líder socialista.

António José Seguro questionou: “Aquela zona que não faz parte da inspeção diária, é inspecionada por quem? Com que periodicidade? Qual foi a última vez que ela foi inspecionada? De quem é a responsabilidade? Mais, também hoje veio a público que o sistema de travões não funcionou, nem poderia funcionar. Mas não poderia funcionar porquê? Só agora é que se chegou a essa conclusão?”.

O antigo secretário-geral do PS falava aos jornalistas em Peniche (distrito de Leiria), à margem de uma intervenção da iniciativa Campus da Liberdade 2025, organizada pelo Instituto +Liberdade.

O candidato a Presidente da República nas eleições do início do próximo ano pediu urgência e rigor nas respostas, defendendo que “os portugueses merecem transparência”.

“Os portugueses merecem saber o que é que aconteceu e, para além de saber o que é que aconteceu, quem são os responsáveis”, sustentou.

Seguro afirmou que garantir a segurança é uma das responsabilidades do Estado e defendeu que “pode não haver dinheiro para outras coisas, mas tem de haver dinheiro para a segurança dos portugueses e para proteger a vida dos portugueses”.

Questionado se os responsáveis políticos se devem demitir, António José Seguro considerou que essa é uma questão para os partidos.

“Esse é o debate dos partidos. Eu não me envolvo, eu sou candidato a Presidente da República e, como candidato a Presidente da República, o meu foco é outro, a minha preocupação é outra, é a segurança dos portugueses”, indicou o candidato às eleições presidenciais do início do próximo ano.

Mendes pede tempo e rejeita julgamentos precipitados

Já Luís Marques Mendes rejeita “pôr o carro à frente dos bois”. “Responsabilidades, apurá-las todas, as técnicas e as políticas, mas fazê-lo com o rigor que as coisas exigem. Ainda ninguém sabe exatamente porque é que aconteceu aquele acidente gravíssimo, aquela tragédia. Vamos esperar e depois assumir responsabilidades”, afirmou, quando questionado se os responsáveis políticos se devem demitir.

O antigo presidente do PSD defendeu que “a culpa não pode morrer solteira” e “não pode impor-se uma ideia de impunidade”.

Considerou que o “Estado voltou a falhar”, mas “falta saber é o que é que falhou em concreto”, e disse que é preciso aguardar pelo inquérito que deve ser feito “com tranquilidade e com rigor”, mas “num prazo razoável”.

Luís Marques Mendes deixou também “uma palavra de muito apreço pela atitude responsável da generalidade dos agentes políticos e, em especial, do PS, do seu secretário-geral e da sua candidata à Câmara de Lisboa, porque, ao evitarem entrar na querela das demissões, estão a dar um sinal de exigência na mesma, mas de maturidade e de sentido de responsabilidade”.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e 21 feridos.

O equipamento gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.