Luís Marques Mendes tem ar de “certinho”, mas reza a lenda que chegava atrasado a todo o lado. Fosse a reuniões de análise política nos governos de Cavaco Silva, às quartas-feiras às 9h da manhã, fosse a reuniões do Conselho de Ministros, fosse a almoços no Vela Latina, onde os empregados de mesa já lhe conhecem a demora. Noctívago assumido, chegava de cabelo ainda molhado à reunião semanal do Executivo quando todos os membros do governo já estavam sentados, e alguns dos presentes admitem agora ao Expresso que estranhavam: primeiro, porque Marques Mendes era secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (no segundo governo), logo, tinha a tutela da organização daquelas reuniões; depois, não percebiam como é que o então primeiro-ministro Cavaco Silva, pouco dado a faltas daquele género, nada dizia e pouco parecia reparar.
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Luís Marques Mendes, o político "certinho" que perdeu o PSD em nome da "ética" e agora quer ser Presidente
Advogado, comentador e político desde os 18 anos, aprendeu a discursar de improviso para não pensarem que era o pai que lhe escrevia os discursos. De Braga para Lisboa, foi praticamente tudo no PSD, menos primeiro-ministro. Foi ministro de Cavaco e líder parlamentar de Marcelo, com quem conspirava contra o governo de Guterres a altas horas da madrugada. Agora é candidato a sucedê-lo na Presidência da República