O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo lançou a polémica quando escreveu um artigo do Expresso a admitir que poderia dissolver a Assembleia da República no caso de o Governo não cumprir, de forma grave, promessas centrais do seu programa. E se acontecer o contrário? Se o Governo apresentar um programa para executar com medidas que não foram sufragadas pelos eleitores, porque não constavam no programa eleitoral? O Executivo liderado por Luis Montenegro entregou, este sábado, o Programa de Governo que será debatido esta semana no Parlamento, onde inclui medidas - potencialmente impopulares - que não constavam no Programa Eleitoral como as seguintes: atingir os 2% do PIB em Defesa já este ano, mudanças na lei da greve e nas leis laborais, a revisão da Lei de Bases da Saúde, a “extinção líquida de organismos do Estado” ou a revisão da lei de estrangeiros para restringir o reagrupamento familiar.
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O que escondeu o Governo na campanha, mas agora promete que vai fazer?
O Programa Eleitoral da AD não é igual ao Programa do Governo que será debatido esta semana: nunca foi dito que a antecipação dos 2% do PIB em Defesa era para este ano; as mudanças na lei da greve e nas leis laborais não estavam previstas; a revisão da Lei de Bases da Saúde não constava; a “extinção líquida de organismos do Estado” foi omitida; e a revisão da lei para restringir o reagrupamento familiar não existia. Por vezes há promessas falhadas, mas neste caso há medidas que nem sequer foram prometidas