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O que escondeu o Governo na campanha, mas agora promete que vai fazer?

O Programa Eleitoral da AD não é igual ao Programa do Governo que será debatido esta semana: nunca foi dito que a antecipação dos 2% do PIB em Defesa era para este ano; as mudanças na lei da greve e nas leis laborais não estavam previstas; a revisão da Lei de Bases da Saúde não constava; a “extinção líquida de organismos do Estado” foi omitida; e a revisão da lei para restringir o reagrupamento familiar não existia. Por vezes há promessas falhadas, mas neste caso há medidas que nem sequer foram prometidas

Luís Montenegro na cerimónia de 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão à CEE nos Jerónimos
JOSÉ SENA GOULÃO/Lusa

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo lançou a polémica quando escreveu um artigo do Expresso a admitir que poderia dissolver a Assembleia da República no caso de o Governo não cumprir, de forma grave, promessas centrais do seu programa. E se acontecer o contrário? Se o Governo apresentar um programa para executar com medidas que não foram sufragadas pelos eleitores, porque não constavam no programa eleitoral? O Executivo liderado por Luis Montenegro entregou, este sábado, o Programa de Governo que será debatido esta semana no Parlamento, onde inclui medidas - potencialmente impopulares - que não constavam no Programa Eleitoral como as seguintes: atingir os 2% do PIB em Defesa já este ano, mudanças na lei da greve e nas leis laborais, a revisão da Lei de Bases da Saúde, a “extinção líquida de organismos do Estado” ou a revisão da lei de estrangeiros para restringir o reagrupamento familiar.