Muito aplaudido no pavilhão onde estavam muitos líderes da direita radical – o grupo “Patriotas pela Europa” – , André Ventura foi ao púlpito falar em espanhol com um mote: “Temos que acabar com o socialismo em Espanha, em Portugal e em toda a Europa”. Mas logo levou esse mote mais longe: “Temos de entregar Pedro Sanchéz à cadeia, à cadeia, à cadeia”, gritou de forma a levantar o pavilhão cheio de representantes da direita radical. Durante os primeiros minutos, esse foi o mote repetido pelo líder do Chega: “O que se passa em Espanha é uma máfia que tomou o Governo”.
“Se eu fosse primeiro-ministro em Espanha, o que nunca vai acontecer, a minha primeira medida seria meter Sanchez na cadeia”
Depois, Ventura foi ao tema que perpassou todas as intervenções no congresso – de Meloni a Órban, passando por Milei e Abascal, líder do Vox -- , o assassinato do influenciador ultra-conservador Charlie Kirk nos EUA.
“É a ameaça que temos sobre nós”, disse o português. “Charlie Kirk foi morto porque dizia o que pensava, por defender os nossos valores e nossa identidade. Foi morto porque nos transformámos num lugar de ódio, a perseguição e morte em direto. Isso demonstrou quão violentos podem ser os que defendem o que a esquerda defende”.
O que aconteceu serviu de instrumento para André Ventura deixar o aviso mais repetido no pavilhão espanhol: “Não nos metem medo, não vamos parar, não vamos baixar os braços. Defenderemos os nossos valores”. E também para atacar a esquerda progressista: “Não vamos passear de flotilha para Gaza, fazendo grandes festas em Ibiza” (a realização de uma festa a bordo da frotilha já foi desmentida publicamente).
Numa intervenção curta – é essa a regra nos congressos dos Patriotas –Ventura rematou com a promessa de luta. E com um elogio ao comportamento do Vox nos confrontos contra imigrantes em Múrcia, de julho passado: “Seguiremos juntos lutando. Uma Europa com menos imigração: o que vocês fizeram em Múrcia dá-me um orgulho tremendo: obrigado Santiago [Abascal]!”
À saída do evento, Ventura recusou responder aos jornalistas sobre a sua provável candidatura presidencial: "No dia em que me candidatar ao mais alto cargo do país, fa-lo-ei no meu país".