Dirigentes do Livre, Bloco de Esquerda e Volt, partidos que compõem a coligação autárquica "Evoluir Oeiras", acusaram este domingo o presidente da Câmara, Isaltino Morais, de "bullying" e falta de transparência, propondo-se a combater o que denominaram de "isaltinismo".
Na apresentação da candidatura autárquica "Evoluir Oeiras", uma coligação entre o Livre, Bloco de Esquerda (BE) e Volt Portugal, encabeçada pela vereadora independente Carla Castelo, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, acusou o atual executivo camarário de "falta de integridade" e deixou uma questão.
"Às vezes as pessoas pelo país perguntam-se, mas será que Oeiras, consabidamente o concelho do país que tem maiores níveis de qualificação, deseja continuar assim? É mesmo disto que os oeirenses gostam? Eu estou absolutamente convencido que não é disto que os oeirenses gostam", afirmou.
Fabian Figueiredo, dirigente nacional do BE que esteve em representação da coordenadora Mariana Mortágua - que está numa flotilha humanitária que se dirige a Gaza -, definiu o 'isaltinismo' como "um movimento político que, infelizmente, tomou conta também do Partido Socialista e do PSD" e "ocupou praticamente a totalidade dos partidos nacionais, com honrosas exceções".
Deixando largos elogios à cabeça de lista, Carla Castelo, Fabian Figueiredo disse conhecer vários autarcas pelo país, mas poucos "que foram tão atacados, perseguidos e que, apesar desse 'bullying' permanente, nunca hesitaram e nunca a dobraram".
"Carla Castelo, com a sua determinação, qualificou a democracia em Oeiras. Porque o poder pode ser de esquerda, pode ser de direita, mas nenhum poder é magnânimo e competente ao ponto de não merecer uma oposição", defendeu.
Considerando que em Oeiras se joga não apenas o futuro do concelho mas também da "democracia local portuguesa", Fabian Figueiredo criticou Isaltino Morais por usar dinheiros do orçamento municipal para financiar a sua estratégia de redes sociais.
"Isaltino Morais só conhece duas pautas: ou dançam todos de acordo com a sua música, ou então é para renegar, para afastar e para humilhar", atirou.
Inês Bravo Figueiredo, do Volt Portugal, também criticou a "opacidade" e "falta de transparência" do atual executivo camarário.
A copresidente deste partido salientou que os membros da coligação, que já foi a votos há quatro anos, continuaram a insistir nas suas propostas e "denúncias" mesmo quando lhes disseram "para aceitar que em Oeiras se rouba, mas pelo menos as coisas aparecem feitas".
Nas últimas eleições autárquicas, em 2021, a coligação Evoluir Oeiras obteve 7,27 % dos votos, elegendo Carla Castelo.