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Política

Transparência é uma “ilusão”: especialistas questionam escrutínio em Portugal

Da “falta de aplicação” da lei ao “cofre” cheio de “cadeados”, instrumentos de fiscalização são comparados a democracias recentes da Europa de Leste

Com a crise política instalada pelas dúvidas em torno dos “interesses” do primeiro-ministro, o tema do escrutínio volta à ordem do dia. Se cinco anos volvidos da aprovação do “pacote da transparência” os balanços dividem-se, entre os especialistas ouvidos pelo Expresso há um consenso: restringir o acesso às declarações de património e interesses dos políticos é o contrário das “boas práticas internacio­nais”. “Esconder, complicar, transferir ónus para o cidadão (quase como intimidar) são comportamentos típicos de sociedades como a russa ou a húngara”, afirma João Ribeiro-Bidaoui, da Associa­ção para o Desenvolvimento Económico e Social. Já a “transparência fiscal para todos os cidadãos” existe “há décadas” na Escandinávia, onde a perceção de corrupção é mais baixa.