Reino Unido

Manifestação de extrema-direita reuniu 110 mil pessoas em Londres, Musk participou e prometeu violência

Vários polícias foram feridos quando tentaram impedir confrontos entre os apoiantes do protesto anti-imigração e contra-manifestantes que participaram numa marcha contra o racismo. Musk entrou no protesto para avisar que a violência chegará ao Reino Unido se não houver uma mudança de Governo no país

Jaimi Joy

A manifestação de extrema-direita “Unir o Reino” (“Unite the Kingdom”), realizada este sábado em Londres, reuniu cerca de 110 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Metropolitana. Em paralelo, 5.000 contra-manifestantes juntaram-se à marcha “Levanta-te contra o Racismo”, convocada em reação àquele protesto.

Em declarações ao diário britânico The Guardian, a polícia britânica explicou que as estimativas são feitas através da conjugação de imagens de câmaras de videovigilância (CCTV) e de outras obtidas a partir de helicópteros, sublinhando que “é difícil calcular números em protestos muito concorridos”.

De acordo com a Scotland Yard, vários agentes da polícia foram agredidos quando apoiantes do protesto anti-imigração, liderado pelo ativista de extrema-direita Tommy Robinson, tentaram romper os cordões policiais que separavam os dois grupos de manifestantes.

“Os agentes foram atacados com projéteis e tiveram de usar a força para impedir a rutura do cordão”, afirmaram as autoridades de segurança num comunicado publicado na rede social X, adiantando que houve necessidade de intervir em múltiplos locais para evitar confrontos. Segundo a "Sky News" foram feitos nove detidos.

“A violência está a caminho”, avisa Musk

Elon Musk participou no protesto anti-imigração, dirigindo-se à multidão por videochamada para apelar a uma mudança de Governo no Reino Unido, onde o Executivo está atualmente nas mãos dos trabalhistas.

“Não temos mais quatro anos, ou quando quer que seja a próxima eleição, é demasiado distante. Algo tem de ser feito", afirmou o milionário norte-americano que chegou a integrar o Governo de Donald Trump e que se tem revelado bastante próximo da extrema-direita europeia.

Na sua intervenção, Musk referiu-se ao assassinato, esta quarta-feira, do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk, considerando que “a esquerda é o partido do assassínio”. E afirmou que a violência chegará ao Reino Unido, se não houver uma mudança de Governo.

“Se isto continua, essa violência vai chegar-vos, não vão ter escolha. (...) Quer escolham ou não a violência, a violência está a caminho. Ou lutam ou morrem, essa é a verdade”, disse.

A manifestação terminou pelas 19h, com Tommy Robinson a prometer organizar um novo protesto semelhante no futuro. O ativista de direita radical pediu desculpa a várias pessoas que não chegaram a discursar, entre elas o antigo deputado conservador Andrew Bridgen, afirmando: Vamos ter de voltar e terminar isto.”

De acordo com dados divulgados pela organização, a transmissão em direto do evento, feita na sua página na rede X, chegou a reunir 2,9 milhões de visualizações em simultâneo.