O candidato às presidenciais da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, disse este sábado que a previsível candidatura de André Ventura tornaria a campanha "bastante mais animada" e rejeita que este abale a sua corrida a Belém.
"Não [abala a minha candidatura], acho que faz imensa falta. Acho que o conjunto de candidatos que havia era particularmente cinzento. E a André Ventura pode-se acusar de muita coisa, de cinzentismo, não. E, portanto, acho que contribui para aquilo que eu quero que seja uma campanha bastante mais animada", garantiu Cotrim de Figueiredo.
O candidato presidencial liberal, que falava à margem de uma apresentação autárquica do partido a Espinho, disse que as possíveis divisões do eleitorado não o "preocupam minimamente" e que acha "graça a estas piruetas, a estas reviravoltas".
"A última vez que ouvi André Ventura falar assim mais a sério sobre presenciais, se é que se pode chamar a sério, foi a dizer que sentia que o único fato que lhe servia bem era o fato de primeiro-ministro. Portanto, eu não sei se ele engordou, se emagreceu, se mudou de alfaiate, se anda à procura de outro fato", ironizou.
O liberal, que garantiu que quando se disponibilizou para se candidatar às presidenciais já contava com uma candidatura do líder do Chega, acredita que André Ventura não reduz as suas hipóteses de chegar a uma segunda volta.
"Faz falta pôr na mesa os assuntos verdadeiramente sérios e tirar Portugal deste cinzentismo. Se nessa parte André Ventura ajudar, eu até fico muito satisfeito que ele venha, que Catarina Martins venha, que a campanha se torne interessante, que até aqui tem sido uma maçada das piores", afirmou.
Questionado se a decisão de Rui Moreira de se afastar da corrida a Belém poderá render-lhe mais votos, Cotrim de Figueiredo diz querer ainda perceber o que o levou a essa decisão, considerando "importante" para a sua "perceção na leitura política".
Sobre um almoço entre o candidato Gouveia e Melo e André Ventura particionado por Mário Ferreira, noticiado pelo jornal Público, o liberal considerou permite que "os portugueses fiquem a conhecer bem que nenhum destes senhores está propriamente a ser aquilo que diz".
"E para quem se diz fora do sistema - como o almirante Gouveia e Melo - e para quem se diz tão anti-sistema - como André Ventura -, estarem a fazer esta conciliação com o patrocínio de acionistas de grandes meios de comunicação social, lamento: é um contrassenso", considerou.