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Boris surpreende Costa. Governo quer passaporte Covid no Reino Unido para salvar Verão

Imagem do país no exterior, castigo britânico e risco de recuo em Lisboa preocupam Costa e Marcelo. PR pede “bom senso”. Santos Silva defende certificado covid também para o Reino Unido

Medida anunciada pelo Reino Unido atinge Algarve em cheio
Ricardo Nascimento/Stills

É uma pescadinha de rabo na boca. Presidente da República e primeiro-ministro concordam que com o processo de vacinação avançado não faz sentido continuar a ler os números de infetados como se ainda pusessem em risco muitas vidas ou o SNS. Mas para travar excessos de confiança que aumentem mais os números em Lisboa, o que complica a imagem do país no exterior e a captação de turismo (veja-se a decisão do Reino Unido de tirar Portugal da lista verde) mantém-se o pé no travão e congela-se a matriz de risco. Paradoxalmente, isso pode forçar Lisboa (caso atinja os 240 casos por 100 mil habitantes nas próximas duas semanas, o que não estará longe) a ter de recuar no desconfinamento. E é na gestão deste dilema que Marcelo Rebelo de Sousa disse, a partir da Bulgária, que “as medidas anunciadas pelo Governo são uma tentativa de encontrar um equilíbrio” entre “dois fundamentalismos”, o sanitário e o dos que querem abertura mas esquecem que “não podemos criar problemas em relação à Europa que nos rodeia”.

A ameaça de o Reino Unido retirar Portugal da lista verde fez soar as campainhas, e o risco de o país perder competitividade no muito disputado mercado de turismo foi um dos fatores que pesaram na decisão do Governo de não facilitar na matriz de risco em Lisboa. Mas nem isso evitou que a ameaça acabasse por se concretizar, ontem, 24 horas depois da decisão do Governo.