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Orçamento da UE. Há uma “fratura exposta”, mas Santos Silva acredita na “criatividade” para superar vetos da Hungria e da Polónia

O ministro dos Negócios Estrangeiros apelou a “uma reflexão coletiva” depois de Budapeste e Varsóvia terem vetado o Orçamento comunitário por não concordarem com o condicionamento dos fundos ao respeito pelo Estado de Direito. Em audição parlamentar, o PSD e o Bloco falaram em “retaliação” dos dois países. Mas à semelhança da presidente da Comissão Europeia, Santos Silva crê num acordo ratificado até ao final do ano

Reuters

Após o bloqueio criado pelos governos húngaro e polaco para a aprovação do pacote financeiro de recuperação europeia, o ministro português dos Negócios Estrangeiros espera “uma reflexão e um debate francos”. Augusto Santos Silva pretende que esta quinta-feira, durante a videoconferência dos líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), haja um esclarecimento sobre “as razões que levaram ao impasse” e “o que pode superá-lo”. Algo que o governante considera “indispensável” e que está “certo de que vai ocorrer”.

O “impasse” foi criado esta segunda-feira porque a Hungria e a Polónia não concordam com o mecanismo que condiciona o uso dos fundos europeus ao respeito pelo Estado de Direito. Em causa está um montante de 1,8 biliões de euros: o Quadro Financeiro Plurianual (2021-27) e o Fundo de Recuperação, a chamada ‘bazuca financeira’ destinada a ajudar os 27 a superarem a crise provocada pela pandemia de covid-19.

No final da audição na Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República, Santos Silva lembrou esta terça-feira que a videoconferência será “uma reunião informal”. O “mais urgente” e “indispensável” é haver “uma reflexão coletiva”, defendeu, para que “depois possa ocorrer a superação do impasse constatado”. Se na quinta-feira os líderes europeus “conseguirem passar já a essa fase, melhor”, afirmou.