Política

Marcelo não quer público nos jogos da Champions

Apesar de a UEFA querer reavaliar a presença de adeptos em julho, é certo para o Presidente que as bancadas devem ficar vazias

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Os jogos da fase final da Liga dos Campeões — que vão realizar-se em Lisboa entre 12 e 23 de agosto, não vão ter público nas bancadas, apesar de a UEFA ter afirmado que, em julho, esse cenário poderia ser revisto, conforme a evolução da pandemia. No Palácio de Belém, contudo, a convicção consolidada é que esta edição “única” da Champions não terá adeptos nos estádios, até por haver a possibilidade de nessa altura ser preciso evitar uma segunda vaga da pandemia na Europa — e as imagens dos adeptos a festejar em Nápoles, esta semana, mostraram a necessidade de prudência nesta matéria.

A convicção do Presidente da República, sabe o Expresso —que para assinalar a escolha de Portugal organizou em Belém uma cerimónia controversa, com altas figuras do Estado —, é que será muito difícil reavaliar a ausência de público nos estádios do Benfica e do Sporting. Para Marcelo Rebelo de Sousa, esta é uma questão fechada, mas a decisão final estará nas mãos do Governo e da Direção-Geral da Saúde.
O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, no entanto, tinha deixado em aberto a possibilidade esta quarta-feira, quando a realização do evento foi confirmada: “Se tivesse de dar uma resposta hoje, diria que não teremos possibilidade de ter adeptos. Mas há um mês nem sabia dizer se teríamos de terminar as competições. Ainda não decidimos relativamente aos espectadores, pois vamos analisar no início de julho.”
O Benfica e o Sporting, em cujos estádios vão decorrer os jogos — dos quartos de final, meias-finais e final da Champions —, não têm ainda informação sobre a admissão de público nos jogos, disseram ao Expresso fontes dos dois clubes. Do lado da Federação Portuguesa de Futebol, a resposta continua a ser semelhante à da UEFA: se a decisão tomada agora fosse definitiva, jogava-se sem público, mas isso ainda pode ser reavaliado.

Em Belém, as críticas de “provincianismo” pela forma como a captação do evento foi assinalada com pompa e circunstância não consideraram o efeito que a Champions deve ter na economia. Se, no imediato, cada equipa enche um hotel de luxo em Lisboa, a difusão dos jogos, todos no mesmo país, como um Europeu ou um Mundial, tem um efeito na imagem externa de Portugal como uma campanha de marketing (mostra que é um país seguro em temos da covid-19). “Por alguma razão a Alemanha se bateu pela Liga dos Campeões e ficou com a Liga Europa”, diz uma fonte próxima do Presidente.