Política

Marcelo em Moçambique a “recarregar baterias”. Para os próximos cinco anos?

O presidente da República está em visita a Moçambique, a brincar com as palavras, porque a “palavra é tudo”

ANTÓNIO SILVA/LUSA

Bom!.. Como diria o próprio Marcelo, na sua interjeição favorita, que o faz ganhar tempo e balanço para a resposta que se segue, Marcelo anda a brincar com as palavras. Esta manhã, depois de quase uma hora com Filipe Nyusi, o presidente Moçambicano - Marcelo foi o primeiro chefe de Estado estrangeiro a ser recebido pelo presidente reeleito, depois de uma posição dura do Governo português - destapou, outra vez, o tabu da recandidatura.

Já ontem, no barbeiro, pediu cuidado no corte do cabelo, porque com os remédios que anda a tomar para “pôr o sangue mais fino, uma ferida era um drama”.

Voltamos ao palácio. À porta, Marcelo e o seu homólogo respondiam a perguntas. Momento raro para a imprensa moçambicana. Perguntaram a Niusy se tinha energia para mais cinco anos. Respondeu que sim.

Depois, a mesma pergunta a Marcelo. Brincou com as palavras. Mas, sabendo que a saúde é o principal obstáculo a uma eventual recandidatura, Marcelo admitiu que está em Moçambique a “recarregar baterias” para os tais próximos anos.

Cinco. Destapou outra vez o tabu. Minutos mais tarde, no Centro Cultural Português, depois de visitar uma exposição sobre a língua portuguesa em Moçambique, confirmou que cada vez usa menos palavras. Que percebe bem a importância das palavras. Que a palavra é tudo. Marcelo, o professor, deve estar para dizer ao Marcelo, o presidente, que Marcelo, o candidato, está quase pronto para quebrar o tabu.