“A inteligência artificial está numa corrida armamentista, não com mísseis, mas com processadores”, aponta João Santos Pereira, professor da Universidade Católica Portuguesa e especialista em machine learning e inteligência artificial.
Na conversa com o jornalista Pedro Miguel Coelho, no episódio d'O Futuro do Futuro lançado a 5 de agosto, o académico explica que hoje os conteúdos criados por inteligência artificial, como o “AI Slop”, “podem ser uma arma nas mentes das pessoas, manipulando emoções e disseminando pânico, como vimos em vídeos falsos de conflitos internacionais”. Sublinha que isto “é muito significativo e os governos sabem perfeitamente isso”.
É também por isso que acontece, nos dias de hoje, esta disputa pela tecnlogia mais desenvolvida: “A corrida não é a nível de misseís, não é a nível de balas, é mesmo ao nível do silicone do CPU e em particular dos GPUs”, desenvolve. “Nós hoje, quando olhamos para o flow de dinheiro entre os Estados Unidos e China, e vemos valores absolutamente estonteantes de investimento, que implicam uma intervenção estatal muito séria”, considera, isso, “faz lembrar os piores tempos de Guerra Fria a nível económico e, portanto, não haja dúvida nenhuma, a inteligência artificial é também o que ela consegue trazer para a mesa a nível bélico”.
A conversa completa pode ser ouvida neste episódio de “O Futuro do Futuro”, disponível nos sites do Expresso, da SIC e da SIC Notícias e nas aplicações de podcasts. Caso tenha sugestões de temas para uma nova temporada, deixe-nos um comentário ou envie-nos e-mail para pmcoelho@expresso.impresa.pt.