O CEO é o limite em Podcast

António Portela, CEO da Bial: “A sucessão na Bial será, naturalmente, não familiar”

Chegou em 2011 à liderança da empresa fundada pelo bisavô há quase um século, mas não sem antes trabalhar para a concorrência. Diz que se inspira no legado familiar que herdou, mas reconhece que o futuro passará, por força das circunstâncias, e quando a altura chegar “por uma gestão profissional”. António Portela, CEO da Bial, é o convidado deste episódio do podcast “O CEO é o limite”

É o bisneto do fundador da farmacêutica Bial e sucede ao pai na liderança da empresa desde 2011. Licenciado em Economia, António Portela sempre teve como certo que queria conhecer o mundo e trabalhar por conta de outrém antes de integrar a empresa da família. Começou na concorrência.

À saída da universidade candidatou-se a uma vaga na Roche e rumou ao Reino Unido onde viveu e trabalhou durante quatro anos. À distância de mais de duas décadas tece rasgados elogios ao concorrente - “a Roche é uma ótima empresa, gostei muito de lá trabalhar e tive três ótimos chefes que foram essenciais na minha formação como profissional” - e até admite que “se não tivesse a Bial, não sei se teria voltado”.

António Portela, CEO da Bial, na gravação do podcast "O CEO é o limite"
Tomás Almeida

O legado da herança familiar falou mais alto e em 2004 regressou a Portugal para integrar a empresa da família. Há quase 13 anos chegou a CEO. No cargo já enfrentou grandes embates, como a decisão do Governo, durante o período de resgate financeiro e com a troika em Portugal, de reduzir em 30% o preço dos medicamentos, o que obrigou a uma reestruturação de tudo o que eram as apostas da Bial em matéria de ensaios clínicos e de negócio. Foi, recorda, “um dos momentos mais difíceis, senão mesmo o mais difícil" do seu percurso na liderança da empresa”.

Focado no futuro e em alcançar um equilíbrio, “nem sempre fácil” entre “a herança histórica da Bial e o que precisamos de fazer em termos de transformação e inovação”, encara a sucessão como um processo natural. Mesmo que ela passe, forçosamente, por uma solução “não familiar”.

Pai de três filhos, António recorda que quer os seus, quer os sobrinhos “são todos muito novinhos”. Por isso “a passagem será, naturalmente, não familiar”, aponta. Se mais adiante “algum deles demonstrar capacidade, competência e quiser, estaremos disponíveis para isso”. Trata-se de, tal como fizeram consigo, dar-lhes espaço para uma decisão pessoal.

Cátia Mateus podcast O CEO É o limite

O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios aqui.

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