O ano em que o Expresso escreveu na primeira página que a Bolsa perdeu dinheiro que dava para dois aeroportos e dois TGVs e ainda sobrava” foi o ano em que uma série de falências de grandes instituições financeiras ameaçou o capitalismo. Os Estados foram chamados a salvar vários bancos.
A crise financeira tinha começado em 2007 com o subprime e provocou uma recessão mundial em 2009, mas foi no ano de 2008 que ficou para a história. O governo norte-americano injectou mil milhões de dólares na Freddie Mac e mais mil milhões na Fannie Mae, as duas maiores financiadoras imobiliárias do país para evitar que o sector paralisasse. Nesse dia, os mercados reagiram em alta, mas a alegria durou pouco. Uma semana depois, o quarto maior banco dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, faliu. O pânico instalou-se e as bolsas tiveram quedas históricas. Por todo o lado, governos e bancos centrais tiveram de intervir para evitar males maiores.
Quando foi preciso pagar pelo dinheiro utilizado para salvar o sistema financeiro e a economia, alguns Estados não aguentaram e a crise mudou de nome: o problema do subprime deu lugar ao problema das dívidas soberanas. Mas essa é outra história. A austeridade acabaria por se impor. Gerou-se uma enorme onda de desemprego e outra onda de protestos.