Liberdade para Pensar

1988: O ano em que o Chiado ardeu e a TSF ateou a rádio

O estrondo do ano de 1988 foi uma tragédia no coração de Lisboa. O Chiado ardeu, o país chorou e a TSF, que tinha meses de vida, foi a primeira a chegar. A rádio nunca mais foi a mesma. Para falar da paixão da rádio e do que mudou no jornalismo, na reportagem e na vida do repórter, cada vez mais sentado, convidámos o David Borges, fundador da TSF, e a Carla Jorge de Carvalho, jornalista da ainda jovem rádio Observador. Dois tempos, duas experiências, duas histórias. Hoje "há jornalismo a menos" e "a reportagem tem tudo aquilo de que o negócio da comunicação não gosta: é cara, exige meios, exige tempo ...".

NUNO FOX

1988 também foi o ano em que o PCP tremeu com a perestroika, resistiu, e iniciou o processo de expulsão da histórica Zita Seabra. Fomos ouvi-la sobre o que é hoje mais aberrante: se o velho partido comunista português, raridade na Europa, se a nova direita radical do Chega, alinhada com a última moda política europeia.

NUNO FOX
Há 35 anos, um grande artigo na revista do Expresso avisava-nos que as alterações climáticas iam acabar com as estações do ano (perdemos tempo, confirma-se); o cavaquismo começava a tirar da gaveta duas obras emblemáticas: o Centro Cultural de Belém e a barragem do Alqueva; o Parlamento legalizava o nudismo; e o Humor de Perdição, de Herman José, era suspenso pela RTP.
Mário Henriques

Foi em 1988, também, que Milan Kundera lançou a Insustentável Leveza do Ser, onde escreveu que "a vida é um esboço sem quadro. E voltando ao Chiado, ouvimos o homem que reconstruiu o coração da cidade. Siza Vieira explica-nos porque escolheu fazer igual em vez de inovar: mudar o Chiado é como “perder o botão do casaco”