1980 é também o ano em que Francisco Pinto Balsemão deixa a direção do Expresso, assumida interinamente por Marcelo Rebelo de Sousa. Balsemão era agora ministro-adjunto do primeiro-ministro e política e jornalismo tornavam-se inconciliáveis.
O VI Governo Constitucional, chefiado por Sá Carneiro, toma posse em ambiente de luto nacional: o mais violento terramoto registado nos últimos 200 anos em Portugal, atingira os Açores no dia de Ano Novo, matando 73 pessoas, ferindo mais de 400 e deixando quase 30 mil desalojadas.
Lá fora, a invasão do Afeganistão pela Rússia, nos últimos dias de 1979, continua a produzir réplicas. Os EUA e 65 aliados boicotam os Jogos Olímpicos de Moscovo. Portugal não foi um deles.
As eleições de dezembro de 1979 tinham dado à AD a primeira maioria absoluta da história portuguesa. Mas, por imperativo constitucional, o país volta às urnas, menos de um ano depois, em outubro, e novamente (e por maior percentagem de votos), dá a maioria absoluta à AD. A 7 de dezembro, novas eleições, agora presidenciais.
Sá Carneiro empenha-se a fundo na campanha: queria, além de Um Governo e de Uma Maioria, também um Presidente. A 4 de dezembro, a avioneta em que viajava rumo ao Porto, para participar no último comício da campanha do general Soares Carneiro, despenha-se em Camarate, escassos segundos após levantar voo. Acidente ou atentado? Ainda hoje não há certezas absolutas. O que se sabe é que Camarate não alterou o rumo já adivinhado para as eleições: Ramalho Eanes foi reeleito à primeira volta.
No dia seguinte, segunda-feira 8, em Nova Iorque, o ex-Beatle, ativista pacifista e genial cantautor, John Lennon, era assassinado à porta de casa com 4 tiros de pistola. Tinha 40 anos.