Nasceu em dezembro de 1980, em Lisboa, onde cresceu e viveu e acabou por tirar o curso de Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes. Em miúda chegou a ter o sonho de ser arquitecta, por isso é com muito orgulho que fala no projeto que Siza Vieira desenhou para a Adega Mayor, o ramo de negócio que comanda dentro do Grupo Nabeiro.
“Na infância passei muito tempo em Campo Maior. Os meus pais separaram-se quando eu tinha 3 anos e as férias eram sempre no Alentejo. Campo Maior era mais rural do que é hoje e o contacto com o campo, para mim, era sinónimo de liberdade. Era um privilégio ter aquele contacto com a natureza”, conta.
Não se arrepende de ter decidido trabalhar na empresa da família, mas aconselha toda a gente nessa situação a primeiro ter outras experiências laborais.
“Gosto de aprender com outras culturas”, afirma.
Rita é uma apaixonada pela Natureza e tem consciência do privilégio de trabalhar no campo, na paisagem alentejana. Sempre que pode viaja para diferentes partes do mundo e neste episódio conta como foi visitar o Butão e a Gronelândia, mas não esquece as maravilhas nacionais: “Os Açores são uma pérola”, diz.
“No Butão estive três dias sem telemóvel e voltei de lá com muito mais ideias. No dia a dia é difícil, mas temos de fazer um esforço para desligar. No Instagram, ponho fotografias dos sítios bonitos onde estive, mas neste momento estou a aprender a moderar um pouco mais a minha relação com as redes, não quero ser escrava delas”, afirma.
Diretora-geral da Adega Mayor desde 2012, sente-se cada vez mais consciente da sua própria voz e afirma que está cada vez mais interventiva, sobretudo a nível político.
“Precisamos do meio-termo e das pontes de diálogo entre as pessoas. Estamos numa sociedade cada vez mais extremada”, diz, preocupada, e adianta a possível solução: “É a educação, logo desde criança.”
"Fiz um bocadinho de tudo quando comecei a trabalhar. A equipa de marketing era 'me, myself and I' no início". Quando Rita Nabeiro deu os primeiros passos a trabalhar com o avô, o fundador da Delta, andava de sapatos desportivos e Rui Nabeiro ficava a olhar - espantado - para ela. “O meu avô era um homem único e irrepetível, mas deixou sementes. Com ele aprendi pelo exemplo, de coisas invisíveis que quase ninguém via, mas eu tive o privilégio de observar.”
Foi a primeira a usar um Macintosh na empresa, um pequeno sinal que marcaria a diferença que veio trazer para dentro da empresa familiar. "Dou-me bem com o meu irmão. Ele é o que diz 'faz' e eu sou a que digo 'Como? Porquê?'".
Rita Nabeiro licenciou-se em Design de Comunicação, mas rapidamente se juntou à empresa da família, primeiro no marketing da Delta Cafés e depois, em 2007, no lançamento de uma nova linha de negócios, na área dos vinhos. Hoje é CEO da Adega Mayor e para o Geração 80 trouxe uma enciclopédia para lembrar os ‘bons velhos tempos’ em que não existia Google.
Oiça aqui a conversa com Francisco Pedro Balsemão.
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.