É a primeira mulher, em mais de três décadas de presença da Accenture em Portugal, a assumir a presidência da consultora. Manuela Vaz nunca conheceu outro empregador que não a empresa que hoje lidera, onde entrou há mais de 25 anos como estagiária, recém-licenciada em Engenharia de Sistemas pela Universidade do Minho.
Diz que que nunca sentiu vontade de mudar porque a Accenture lhe deu a possibilidade de construir várias carreiras dentro da mesma carreira. Uma oportunidade que procura replicar nas novas gerações de profissionais que agora lidera, a par com uma cultura de conciliação entre a vida pessoal e profissional que considera essencial.
Manuela Vaz, hoje numa posição de destaque na Accenture, soma no currículo, além da carreira, três filhos e as dores de cabeça próprias dos desafios de conciliação. Decidiu muito cedo que queria ter um percurso profissional de que se pudesse orgulhar, mas nunca abdicaria de ter uma vida familiar rica e ser uma mãe presente e participante no dia-a-dia dos filhos.
Isso fez com que, em determinado momento da vida, sentisse que a sua necessidade de conciliação não estava a ser cumprida. Demitiu-se para cuidar do filho, mas acabaria por repressar pouco depois à Accenture, empresa onde construiu a carreira, decidida a reforçar as práticas de conciliação.
Garante que mesmo tendo desenvolvido toda a carreira num contexto perdominantemente masculino, nunca sentiu que lhe fosse exigido mais por ser mulher. Mas admite que por vezes não bastam a competência, o desempenho e os resultados. “Às vezes é preciso saber dizer: eu quero ser provomida. Mostrar que há essa ambição”, sublinha.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: