Nasceu em 1975, no Alentejo. A infância foi “comedida” e sem grandes luxos na pequena vila de Alter do Chão, em Portalegre. Os pais tinham a 4ª classe, mas queriam oferecer aos filhos o futuro que não tiveram.
“A minha mãe conta que cada vez que comemorávamos o 25 de Abril eu ia para a rua gritar: Somos livres, somos livres de sonhar”, emociona-se.
O primeiro livro que leu chegou-lhe pela carrinha da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian. Hoje, Isabel Gordo é investigadora principal do Instituto Gulbenkian de Ciência, trabalha na área da Microbiologia e estuda a bactéria.
Na escola, ainda em Portalegre, era a menina que devorava o “Cosmos”, de Carl Sagan ou “Uma Breve História do Tempo”, de Stephen Hawking. “Sempre quis saber onde se estudava a origem do Universo e da Vida."
Portugal parecia demasiado pequeno para “perceber a origem da vida”. Doutorou-se em Genética Evolutiva na Universidade de Edimburgo, na Escócia, mas o coração esteve sempre em Portugal. “Sempre quis voltar para o meu país, sabia que era o meu caminho”.
Não esquece a primeira vez que entrou na Universidade de Edimburgo e como sentiu que aquele passo era o “culminar do sonho” dos pais.
A investigadora Isabel Gordo é a mais recente convidada do podcast Geração 70 da Sic Notícias. Numa conversa com Bernardo Ferrão, fala sobre os perigos, receios e potencialidades das novas tecnologias, a valorização da Ciência e dos cientistas e da “pandemia silenciosa” em que acredita que vivemos.
Não é um podcast de política ou de economia, nem de artes ou ciência. É uma conversa solta com os protagonistas de hoje que nasceram na década de 70. A geração que está aos comandos do país ou a caminho. Aqui falamos de expectativas e frustrações. De sonhos concretizados e dos que se perderam. Um retrato na primeira pessoa sobre a indelével passagem do tempo, uma viagem dos anos 70 até aos nossos dias conduzida por Bernardo Ferrão.