Porque é importante olharmos para os três países Bálticos quando falamos desta guerra? "São relevantes porque são dos mais ativos e empenhados nesta oposição à invasão russa da Ucrânia", afirma Paulo de Almeida Sande. Sublinhando existir na Lituânia, Estónia e Letónia uma verdadeira "obsessão" com a Rússia, considerado o antigo "invasor". Além disso, nesta região que bordeja com a Rússia, já desde 2017 que estão instalados os chamados 'battle groups' da NATO - Uma reação à invasão russa do leste da Ucrânia e da Crimeia em 2014.
Esta é uma guerra que assusta estes países, que em dimensão são mais pequenos que Portugal. "Eles sabem que rapidamente são submergidos por uma invasão da Rússia", em caso da guerra alastrar. E a NATO serve aqui como uma garantia de segurança - um ataque a um país da Aliança é um ataque a todos. Paulo de Almeida Sande acredita que esta garantia de segurança será suficiente para evitar o alargar da guerra. Putin não vai "correr esse risco", afirma. Ao contrário, "sem a NATO, e sem o artigo 5, a Rússia não hesitaria em agir".
Uma conversa em que se fala das diferenças entre os três países, de Merkel, do futuro da União Europeia e da NATO, e ainda de Kaliningrado. E de como o impossível, o regresso da guerra à Europa, acontece em pleno século XXI.
A guerra é na Ucrânia, mas os efeitos fazem sentir-se em muitos outros países. O novo podcast do Expresso olha para Leste: da Polónia ao Cazaquistão, do Báltico à China. Todas as semanas um episódio dedicado a um país. Bloco de Leste é um projeto de Martim Silva, diretor-adjunto do Expresso.