Num dia solarengo deste maio florido, em que os ternos pombos arrulham, geme a rola inocentinha, canta o cuco e chega o gaio, os maiores gestores da coisa pública, que em Portugal é a dívida, uma vez que por estranho que pareça, a dívida é maior do que tudo o que produzimos, pediram-me conselho. Chilreando como um passarinho o Mário (Centeno) disse-me que estava preocupado com o ano de 2027 ou de 2028 porque, a bem dizer, nesse ano, acho que toda a dívida chutada para a frente tem de ser paga, ou então são os juros que têm de ser pagos, ou então outra coisa qualquer que os professores de Economia sabem explicar.
Eu respondi a Centeno (Mário) que ainda me lembrava do Keynes ser um inconsciente que afirmava “a longo prazo estamos todos mortos”. Na verdade, ele está morto, mas eu não estou e, em 2027 ou 2028 vai acontecer a mesma coisa: há de haver algum português vivo (incluindo eu e o Mário) para levar com uma certa irresponsabilidade e inconsequência das contas públicas. Por isso tratei de gizar um plano que nos pusesse a salvo dessa eventualidade.
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