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Ensaio

O futuro da Europa — combate à desinformação: a realidade possível

Onde começa a desinformação e acaba o argumento político válido? Com as redes sociais a fronteira entre os dois polos é cada vez ténue. E, no final, pode ser a democracia que fica em risco. Este texto faz parte de uma série de ensaios que o Expresso convidou especialistas a redigir, para perspetivar o futuro da União Europeia
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Em todas as gerações há crianças que dizem “desquece”, “deslarga” e “destroca”, mas, com a desinformação, a criatividade linguística ganha novo alcance. Pela lógica, desinformação deveria significar o desaparecimento da informação. Só que não é assim. Na informática, sem informação não há tarefa para executar e, por isso, os profissionais distinguem esse cenário de situações em que o computador faz um cálculo mal porque a informação está errada. Note-se que é sempre possível apagar informação num computador. Pelo contrário, na memória humana são necessários métodos clínicos ou drásticos. Ou lavagem cerebral, que exige mais recursos. E, de algum modo, já se faz na Web.