Conheci Gabriel Mithá Ribeiro nos conselhos de turma que partilhávamos. Ele, professor de História. Eu, de Português, disciplinas que se complementam. Não posso dizer que tenhamos conversado muito. Não o conheci na sala de professores, porque Gabriel Mithá sempre foi um docente discreto, silencioso, cuidadoso com a sua pegada. Observava-o, como sempre observei todos. Não sei se Gabriel Mithá fez amigos na Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, em Almada, onde fomos colegas. Mas também não lhe conheci inimigos. O meu colega lecionava as suas aulas e não dava nas vistas. Nos conselhos de turma mostrava-se exigente com os alunos, muito bem formado e educado, sempre na pele do professor digno. Não facilitava a comunicação à sua volta. Eu não me sentiria à vontade para partilhar com ele uma graça ou um desabafo sobre um aluno que considerava inútil reprovar. Não lhe pediria “o colega não se importa de considerar a situação deste aluno?”. As pessoas que se dão pouco criam sempre algum mistério.
Exclusivo
Gabriel Mithá Ribeiro, professor
Quando o Chega passou a ter um grupo parlamentar e vi o Gabriel Mithá Ribeiro como deputado, fiquei estupefacta