O assassínio de Charlie Kirk não é só um crime: é uma declaração de guerra contra a nossa civilização, contra o Ocidente, contra a razão, contra a possibilidade de discordar sem temer pela própria vida. Não há “mas”, não há adversativas para a monstruosidade de um acto tão hediondo; quem se refugia nestas fórmulas cruzou a fronteira da complacência com o assassino, abandonando a decência e a coragem que distingue o cidadão do submisso.
Christopher Hitchens lembrava, a propósito da perseguição a Salman Rushdie, que se recusava a dialogar com quem não condenasse de forma absoluta e inequívoca a fatwa lançada contra o escritor: “Posso presumir que se opõe sem reservas ao assassinato de uma figura literária a troco de dinheiro?”, interrogava. Demasiadas vezes, a resposta era hesitante, condicionada, medrosa. Demasiadas vezes, havia reservas, ressalvas, cautelas com a “sensibilidade” dos carrascos. Hitchens abandonava o debate e foi neste contexto que se assumiu, com orgulho, como reduccionista: não há circunstância, não há contexto, não há ofensa que legitime o assassínio de alguém pelo que escreve ou diz.