A APREN tem feito os seus melhores esforços para que tenhamos 2 GW de eólica offshore como prenda natalícia... O declive da nossa costa não permite ter as plataformas marítimas amarradas ao fundo do mar, tendo que se avançar, como em Viana do Castelo, para plataformas flutuantes, ainda em fase embrionária de experimentação e bem mais caras. O custo desta tecnologia também disparou devido ao aumento do preço dos materiais e das taxas de juro. Por isso, tem-se assistido ao protelamento destes projetos. A Itália e a Noruega adiaram-nos por uma década, esperando que a tecnologia amadureça e os preços caiam, e a dinamarquesa Orsted, líder nestas tecnologias, está em dificuldades. Se a eletricidade de Viana do Castelo nos custa €159,9/MWh, nesses novos projetos o preço deverá aproximar-se dos €200/MWh. A APREN quer agora convencer-nos de que tais projetos dinamizarão a fileira metalomecânica, ou seja, depois de mandar na política energética, quer agora fazer política industrial da responsabilidade do Ministério da Economia! Em Viana do Castelo, a terceira plataforma já foi feita em Espanha, como referência a experiência irlandesa leva a uma incorporação nacional apenas de 21%, mas mesmo que essa fileira fosse dinamizada incorria-se num erro crasso de política industrial, quando, para dinamizar um sector, se prejudica toda a economia, que pagaria preços exorbitantes por essa eletricidade.
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Uma offshore no sapatinho?
O declive da nossa costa não permite ter as plataformas marítimas amarradas ao fundo do mar, tendo que se avançar para plataformas flutuantes