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Opinião

A festa da AD pode ser a carta de alforria do PS

Sacado o voto do PS no OE, Montenegro dirigiu-se, no domingo, ao securitarismo e à guerra cultural na disciplina de cidadania. A estratégia é clara: fazer a esquerda refém e falar à direita. Mas talvez a vitória e a festa tenham sido excessivas. Garantida até 2026, ninguém pode dizer que não deixam a AD governar. Agora, o teste não é à moderação de Pedro Nuno. É à sua competência como líder da oposição

O grande argumento para o PS viabilizar o Orçamento do Estado era que o Governo tinha cedido muito. Isto já era quase meio OE do PS. Na quinta-feira à noite, como por milagre, o anúncio da viabilização do OE representava, na boca das mesmas pessoas, uma grande vitória para Luís Montenegro. Têm de se decidir: se isto foi uma grande vitória da AD sobre o PS, quer dizer que Montenegro não cedeu assim tanto e Pedro Nuno Santos não estava obrigado a viabilizar o OE; se Montenegro cedeu imenso, não teve uma grande vitória, já que ficou longe do OE que desejava.