Montenegro deseja uma comunicação social “menos ofegante”, “mais tranquila”, e espanta-se porque a maioria dos jornalistas de televisão usa, nos diretos, um “auricular no qual lhe estão a ‘soprar’ a pergunta que devem fazer”. Não foi um desabafo. Foi dito quando o Governo apresentava propostas para regular e apoiar os que o escrutinam, momento sempre sensível. Críticas sobre a ausência de critério informativo ou a falta de autonomia dos jornalistas também eu faço. Mas não passaria pela cabeça do primeiro-ministro, na apresentação de planos para a saúde ou para a educação, explicar a médicos ou professores como devem exercer a profissão. O Governo trata das garantias legais da independência da comunicação social ou da criação de condições para o combate à precariedade, não da forma concreta como os jornalistas exercem a sua profissão. Assim como trata da organização das USF ou da autonomia das escolas, não como os médicos fazem uma cirurgia ou os professores dão aulas.
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O aprendiz de quem não lia jornais
Montenegro quer um jornalismo mais tranquilo, menos ofegante, sem “perguntas sopradas”. Um jornalismo manso, diferente do que existiu para o Governo anterior. Em poucos meses, já está farto do baixíssimo escrutínio a que é sujeito. Aprendeu depressa, como o seu mestre, Cavaco Silva