Não há nada mais exaustivamente repetido nas últimas semanas do que o desprezo pela dita “novela orçamental”. Consoante a preferência clubística ou pessoal, a turba ora chicoteia Luís Montenegro por não apresentar um Orçamento suficientemente socialista, ora açoita Pedro Nuno Santos por fazer aquilo que se espera de um líder da oposição diante de um Governo minoritário: negociar. Até André Ventura, o homem que vinha instaurar um novo regime, uma nova direita e (não haja dúvidas) uma nova forma de afastar a cidadania da política, arranjou forma de ter o seu próprio “irrevogável”, indo em poucos meses de “só há Governo se o Chega fizer parte dele” para “viabilizamos o OE em nome da estabilidade”. À esquerda, de forma igualmente cómica, evocou-se o FMI para cilindrar uma descida de IRS para os jovens.
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Num país de génios
A circunstância política de Montenegro e Pedro Nuno desde o dia 10 de março estaria sempre condenada a um equilíbrio difícil