Num contexto em que os dois principais partidos empatam no número de deputados e o Chega alcança 50 parlamentares, as negociações sobre o Orçamento do Estado tornar-se-iam, inevitavelmente, um drama político digno de vários episódios da série “Borgen”. Na reconfiguração que o OE alcançou no nosso sistema político, sob o magistério do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, os Governos de maioria relativa passaram a estar sujeitos a uma espécie de “moção de confiança anual”. Em situações de fragmentação parlamentar, este entendimento desestabiliza o nosso sistema político, conferindo à discussão sobre o OE um dramatismo político que não deveria ter, uma vez que a sua aprovação condiciona a continuação do Governo em funções, a não ser que disponha do apoio de uma maioria parlamentar.
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A política como vocação e o OE
É não só saudável mas imperioso que subsistam linhas distintivas entre PS e PSD e que os eleitores percebam com clareza em que é que os dois partidos se diferenciam