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Opinião

O miúdo que queria ser reformado

A campanha “A criar excêntricos de um dia para o outro”, publicidade ao Euromilhões, é um disparate de mensagem boçal

O filho pequeno de uma amiga minha, quando lhe perguntaram o que quer ser quando for grande, respondeu que quer ser reformado. Tem graça, claro. E não tem. Há demasiados jovens a fugir da ideia de estudar. Para quê? Se são inundados com as notícias dos milhões que influencers e youtubers ganham? Há uma cultura geral e crescente da preguiça. Como não, se na rádio e na televisão apresentadores sorridentes fazem a permanente e enjoativa apologia da sexta-feira que nunca mais chega, ai que bom, ai que alívio, estava a ver que nunca mais, vem aí o fim de semana, para na segunda-feira suspirarem, tristes e deprimidos, e convidarem os ouvintes à depressão, a palavra que associam a trabalho.