As centrais dedicadas a biomassa, que só produzem eletricidade (potências até 10 MW), têm como combustível os resíduos florestais entregues por quem os apanha e transporta desejavelmente para ecopontos florestais que depois fornecem essas centrais. Elas dão um excelente contributo para a diminuição dos riscos de incêndio (Guterres disse isso no lançamento da primeira central, em Mortágua) ao criarem um incentivo económico para que os pequenos proprietários façam a limpeza das matas e florestas, vendendo os resíduos florestais para a produção de eletricidade renovável não intermitente. Têm assim externalidades positivas quer na redução do risco de incêndios quer na criação de postos de trabalho no interior do país. Mas essas centrais não conseguem estar em mercado sem subsídios, pois os seus custos são superiores aos preços normais de mercado. As centrais de resíduos urbanos podem ter preços mais baixos, cerca de menos €30/MWh, porque a recolha e entrega do lixo é camarária e paga por todos. Devido a essas externalidades positivas, considero perfeitamente aceitável que elas tenham tarifas subsidiadas. É preferível pagar para diminuir o risco de incêndios do que pagar em tarifas subsidiadas os exageros eólicos, os quais não têm essas externalidades positivas! Essas centrais de biomassa são as únicas formas de energia renovável que, para além de não serem intermitentes, terão que pagar quer a matéria para operar quer os custos de manutenção elevados, incluindo os operadores permanentemente ao serviço.
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A biomassa e os incêndios
É preferível pagar para diminuir o risco de incêndios do que pagar em tarifas subsidiadas os exageros eólicos