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Opinião

Pinto Luz regressa ao lugar do esquema

Quem privatizou a TAP à 25ª hora para proteger um negócio ruinoso em que um privado capitalizava a TAP com o dinheiro da TAP não tem credibilidade para voltar a dirigir o mesmo processo. E foi Pinto Luz que, sabendo do negócio, pôs a sua demissionária assinatura neste esquema

Passos Coelho ainda era primeiro-ministro, mas o programa do seu governo tinha sido chumbado há dois dias. Era Costa que se seguia e Passos sabia que o novo governo não só era contra a privatização da TAP, como tinha dito que a reverteria (coisa que, na realidade, não fez nesses primeiros anos). Ainda assim, próximo da meia-noite e de porta fechada, em nome do governo já sem legitimidade política, o então secretário de Estado das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e a então secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, encontraram-se com David Neeleman e Humberto Pedrosa para vender a companhia aérea nacional à 25ª hora, quando o governo lhes fugia das mãos. O modo chegaria para suspeitar que qualquer coisa se estaria a passar. Anos depois, já com o PS no governo, ficámos a saber o que foi.