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Opinião

Os meus Olímpicos foram melhores do que os seus

Novidade: cada um viu o que quis. Optei pelo pingue-pongue. E pela “aura”

Bem sei, os Jogos Olímpicos (JO) já acabaram há dias e supostamente já tudo terá sido dito. Mas queria dar-lhe uma achega: os “meus” foram muito melhores do que os dos outros milhares de milhões de espectadores. E porquê? Primeiro, há que fazer uma ressalva. Há poucos anos, “ver” os JO equivalia a papar o que alguém na RTP decidia colocar num dos seus canais (isto é, atletismo mais a modalidade em que participasse um português). E a Eurosport começou a ter dois canais dedicados às Olimpíadas. Bem sei que estamos um pouco dormentes na nossa capacidade de nos espantar, mas, caramba, desta vez tivemos todos os JO à nossa disposição. Falo por mim. Tinha a RTP2, tinha 9 canais da Eurosport e o serviço de streaming Max, no qual estava a totalidade dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 — direto e diferido. Voltemos ao espanto. Isto é do cacete, não é? Os meus jogos, aquilo que escolhi ver, não têm nada que ver com aquilo que o car@ leitor@ viu. As opções eram absurdas. Sim, lá vi os 100 metros e a Biles — os documentários dos streamings tornaram impossível não ver —, mas o resto escolhi eu. E que vi eu? Essencialmente, pingue-pongue e voleibol feminino (o de seis), e, depois, uma série de desportos anacrónicos de nicho, alguns dos quais nem sabia ainda existirem. E foi estupendo.