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Opinião

Os crimes do Porto têm responsáveis políticos

Deputados que institucionalizam o discurso de ódio e manifestações de neonazis que promovem um discurso que atenta contra a Constituição alimentam uma determinada forma de resolver conflitos. Pessoas normais não espancam imigrantes porque ouvem um racista no parlamento, leem comentários racistas de polícias ou veem uma manifestação de racistas na sua cidade. Mas a violência está no ADN do racismo e ela sente as costas quentes quando ganha espaço institucional

As bárbaras agressões a dez imigrantes, na sua própria casa, quando estavam a dormir, assim como o ataque a mais dois, na rua, na noite de sexta-feira para sábado, no Porto, foram crimes violentos que não deveriam merecer menos do que uma condenação clara. Ainda assim, o contexto passou rapidamente a justificação. As mesmas pessoas que defenderam o espancamento de Cláudia Simões, por não ter mostrado o passe da filha num autocarro, desdobram-se em adversativas e atenuantes para o crime.