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Opinião

O Algarve paga fatura de alterações climáticas e vistas estreitas

Sete dos dez concelhos onde se gasta mais água e três dos dez onde mais se desperdiça são algarvios. Quinta do Lago e Quinta do Lobo é onde mais se consome. 38 dos 40 campos de golfe usam água potável. E 90% da produção nacional de abacate está no Algarve. O Sul, que será um deserto no fim do século, não pode travar o aquecimento global. Mas pode adaptar-se. Só que ninguém quer saber até se fechar a torneira

A fatura das alterações climáticas não é para pagar daqui a umas décadas. Já está a ser cobrada em Portugal. Chegou-nos há uma semana: com o nível de água das barragens a menos de 25% da sua capacidade e com um inverno com pouca chuva, o abastecimento de água no Algarve vai ser severamente restringido. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) prepara-se para defender a redução de cerca de 70% do caudal das torneiras para a utilização agrícola e de 15% para o consumo doméstico, já a partir de fevereiro.