Falar de imigração no espaço público tornou-se cada vez mais difícil. A mera vontade de saber o que os portugueses pensam é de imediato tomada como indício de xenofobia. Contudo, a imigração é um tema que bule demasiado com as responsabilidades de um Estado social para podermos fingir que é uma “não questão”.
É que, enquanto o fazemos, os problemas começam a transbordar pelas orlas da aparência humanista: dezenas de migrantes vivem em escravatura; na internet arranjam-se casamentos; traficam-se horas de atendimento em consulados; não há vagas para reagrupamento familiar; lojas recônditas vendem documentos falsos; as universidades que lotaram as vagas com alunos estrangeiros ficam vazias porque estes só pretendiam um visto de estudo; e o Estado português tem uma ação por incumprimento na UE por ter pretendido resolver atrasos com uma autorização de residência que não é reconhecida no espaço Schengen.