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Opinião

As Jornadas para quê?

A paralização de Lisboa tem custos económicos. Isto nem é como a Web Summit, que traz turistas rentáveis em época baixa e algum investimento. É uma enchente de baixo retorno em agosto. Há bombeiros deslocados em época de fogos, sobrecarga do SNS num momento difícil, desvio de transportes coletivos

Rodeando Carlos Moedas de perguntas e indignação, a grande preocupação dos jornalistas empenhados em mais um momento de exibição pátria para o mundo foi a quebra de segurança. Ela resumiu-se a um artista, Bordalo II, fazer correr um tapete de reproduções gigantes de notas de quinhentos pela escadaria do altar onde estará o Papa. Teve de ser o presidente da Câmara Municipal de Lisboa a explicar que entrar num estaleiro em obras não é coisa que afete a segurança do Papa e a própria organização da Jornada Mundial da Juventude católica a dizer que, numa sociedade democrática, a crítica é livre e saudável. A Igreja deu uma lição de espírito democrático a uma comunicação social tão investida do espírito de missão que a única coisa que viu naquela imagem foi uma pessoa estranha ao serviço.

nem falo da imediata investigação aos contratos que um artista internacional de rua celebrou com o Estado. Aparentemente, há "democratas" que acham que eles compram a liberdade, limitando o direito à crítica.